A QUADRILHA

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A QUADRILHA 


A viagem não duraria mais do que quinze minutos.

As quatro, vestidas para uma festa de aniversário, embarcam no carro.

- Nossa! Esse carro parece uma Ferrari! – disse uma delas.

Gente do céu! Em quais carros esta abençoada tem andado ultimamente? - pensei.

Talvez quisesse quebrar o gelo daquele domingo chuvoso de novembro.

De repente, a amiga dispara:

- Por que você é tão lindo hein?

Agora a coisa ficou séria! O que viria da próxima criatura? Uma faca no pescoço? Um boa noite cinderela? Um taco de beisebol?

Entre acreditar na alma sincera da moçoila ou impregnar-me do medo que paralisa, preferi ficar com a primeira opção!

Não resisti e tive que perguntar, antes que outra criatura se manifestasse:

- Como você se chama?

- Giovana!

- Assim que eu deixar vocês no destino, eu quero seu telefone. Prometo te ligar na próxima encarnação. Será que você vai me atender?

Não sei se Giovana, perto de completar 6 anos de idade sabia alguma coisa sobre encarnação, mas eu não podia iludi-la.

Completando a “quadrilha de meliantes mirins”, Larissa de 7 anos (da Ferrari), Bruna, de 16 e Daniele, esta sim, uma bela mulher beirando os 40, se divertindo com tudo aquilo.

Daniele fazia jus à tese de um amigo que, à mesa de um bar proferiu: “Belos nomes em belas mulheres”

O amigo sumiu desde que revelou a tese na frente da esposa Cinira. Atualmente não sei por onde ele anda, se é que ainda anda.

Aquele domingo estava mais do que ganho!

Afinal o que saiu pela boquinha de Giovana, veio do coração.

Crianças não mentem, o que não significa que tenham bom gosto.

De qualquer modo, foram quinze minutos que me fizeram bem por muitos dias.

 

Até a próxima viagem!

 

 

 

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